Por medo, relutei!
Para me fortalecer, desatinei!
Hoje sentei e revirei as caixas
do meu passado.
Amontoadas na estante do
esquecimento.
Empoeiradas com o olhar pesado.
Relembrando páginas de outrora
neste momento
Percebo a história da minha vida.
Cada página rasgada dói na alma.
É um pouco de mim que se vai.
São as asas de um sonho que agora
cai.
Os trejeitos de uma época bem
resolvida.
Serão lixo? Ou era um antigo e
maquilado carma?
Ao revirar as folhas guardadas
dos meus 13 anos...
... tive uma agradável surpresa!
Uma carta que deixei para mim...
... e que com o tempo esquecera.
Parecia que estava conversando
com aquele menino sereno.
Aquele menino que hoje invejo...
Em pranto, resolvi queimar esse
passado...
... que tanto me fez feliz e que
ainda me atormenta!
Mas a nostalgia apareceu e com um
tapa de luva me acertou.
Então guardei aquelas folhas
iminentes ao fim.
Sentei no meu orgulho.
Mergulhei nas facetas de outro
eu.
Escrevi uma carta!
Para quem sabe, daqui dez anos,
ainda me lembre de que fugir do passado...
... é matar uma parte de mim
mesmo!